Alunos insatisfeitos com greve dos professores em Itabira

Claudiney Rodrigues teme não ter condições de fazer o Enem

A greve dos professores da rede estadual, que começou há mais de 60 dias e gerou diversos protestos em Belo Horizonte, deixa os alunos apreensivos em Itabira.
 
A vice-diretora da Escola Estadual Mestre Zeca Amâncio (Eemza), a maior escola estadual da cidade, Maria Eugênia Assis, informou que oito professores da rede aderiram à greve, o que corresponde a quase 7% do quadro total de docentes.
 
Maria Eugênia disse que a categoria faz a reivindicação de que o piso salarial, que é de R$1.187,14, de acordo com o MEC, passe a ser de R$ 1.597,87, conforme o piso estipulado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), para uma jornada de até 40 horas semanais. Ela ainda levantou que a adesão se deu de forma parcial. Alunos do 1º, 2º e 3º anos do período noturno e uma turma do 7º e outra do 8º ano do período diurno estão sem as aulas de alguns professores.
 
No entanto, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) deu a liberação de contratação de professores substitutos para lecionar para os alunos do 3º ano, devido ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já que as provas acontecem nos dias 22 e 23 de outubro. “Esse procedimento serve para assegurar o bom resultado nas notas do exame”, afirmou a vice-diretora.
 
Preocupação
Os alunos se mostram bastante preocupados com os efeitos da greve, que começou no dia 8 de junho. Claudiney Rodrigues, do 1º ano, diz que se inscreveu no Exame Nacional e afirmou que terá prejuízos. “Vamos ser muito prejudicados. Não estou tendo aulas de quatro disciplinas, por isso, não vamos ter condições de fazer o Enem. Se os professores voltassem, melhoraria”, disse o estudante.
 
Já a aluna do 2º ano, Lívia Borges, reclama do critério de avaliação das notas após o término da greve. “O boletim vem com as notas baixas, como se eu tivesse perdido ou então eles (os professores) dão a nota mínima”. Outra crítica da estudante é sobre a reposição das aulas perdidas. “O aprendizado fica atrasado porque para repor, é uma correria. O ensino fica prejudicado e vamos fracos para o próximo ano. E isso é muito ruim”, assegurou.
 
Maria Eugênia conta que no ano passado, quando aconteceu a greve da categoria que teve duração de 47 dias, as aulas foram repostas pelos professores aos sábados. Entretanto, este ano, ela não sabe informar como será feita a reposição, pois ainda aguarda a decisão da SEE .
 
A Escola Estadual Trajano Procópio Alvarenga Silva Monteiro (Premen) é outra instituição de ensino que aderiu parcialmente à paralisação. No momento, dois professores se encontram de greve. A vice-diretora da escola, Maria da Conceição Felipe, informou que houve, por parte de todo o corpo docente do Premen, uma paralisação no turno da tarde, que ocorreu de 2 a 5 de agosto, porém, estes mesmos professores já voltaram à rotina normal de aulas.